Publicado por Blog da Statera, 17 de Abril de 2020.
Como você se sentia quando tirava uma nota baixa na escola? Pior que a nota era a zoação dos amigos, não é verdade? Você acha que carregou ou carrega, até hoje, alguma dificuldade, ou até aversão, por alguma área do conhecimento, por conta dos rótulos que recebeu na escola? E se, ao invés da nota baixa, um 3 por exemplo, você recebesse uma nota “AINDA NÃO” ou “QUASE LÁ”, você acha que isso teria lhe trazido mais motivação para a próxima prova?
O “AINDA NÃO”, mostra ao aluno que ele está numa curva ascendente de aprendizado e que ele não é o que os colegas disseram quando ele recebeu a nota baixa. Mostra um caminho para o futuro. Ele passa a encarar o “AINDA NÃO” como um desafio e se esforça para supera-lo. Passa a entender que o esforço é o caminho para desenvolver suas habilidades e aumentar sua inteligência - princípio básico do mindset de crescimento.
Já o aluno que recebe a nota baixa e não possui orientação para o autodesenvolvimento, fica preso no momento atual e passa a acreditar que essa nota o define para o resto da vida. Para ele não existe o “AINDA NÃO”, apenas o julgamento imediato dos colegas e a certeza de que é um fracassado - princípio básico do mindset fixo. Como se isso não fosse suficientemente ruim, este aluno passa a burlar o sistema e a procurar alguém que tenha se saído pior que ele, para diminuir sua frustração. Dessa forma, passa a se nivelar por baixo, a atrofiar seu intelecto e fugir de novos desafios.
A reflexão que quero deixar é: como estamos educando essa nova geração? Eles estão sendo preparados para processar, entender e corrigir seus erros ou para apenas buscar notas e aprovações? Que tipo de profissionais eles serão se carregarem a necessidade de aprovação a cada decisão que tomarem? Com certeza, não serão os adultos mais seguros, maduros e emocionalmente aptos que vamos conhecer. Como então fazer a transição do “MOMENTO ATUAL (da nota)” para o “AINDA”?
A primeira coisa é parar de enaltecer o talento e a inteligência desses alunos. Ao contrário, devemos elogiar os PROCESSOS usados, suas estratégias, esforços, perseverança e foco. Isto os tornará resilientes e alertas para que busquem a melhoria contínua. Tirá-los da zona de conforto os tornará mais inteligentes, já que o cérebro reage com novas conexões neurais quando é desafiado com algo novo. Devemos parar de imprimir em suas mentes, desde a primeira infância, que eles são especiais, talentosos e super inteligentes. Como disse Leandro Karnal, em uma de suas palestras, “ninguém merece nada, todos devem conquistar com seus esforços”. É nossa responsabilidade, criar um ambiente onde essa nova geração viva repleta de possibilidades, com mais “AINDAS” do que “NOTAS 10”.